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terça-feira, outubro 31, 2006

Director do ICN critica organismo pela degradação de Vale de Canas

O responsável pela Mata Nacional de Vale de Canas lançou ontem duras críticas ao ICN, entidade que gere aquele espaço, por nada ter feito depois do grande incêndio de 2005. E só não disse mais, confessou, «por medo».


O responsável máximo em Coimbra do Instituto de Conservação da Natureza (ICN) lançou ontem duras críticas ao organismo por nada ter feito até agora com vista à recuperação da Mata de Vale de Canas, vítima de um violento incêndio em Agosto do ano passado. «Tenho medo, e assumo-o, de dizer mal dos serviços onde estou, mas também sou de Coimbra. E o ICN não tem feito nada», desabafou Manuel dos Santos durante uma reunião com diversas entidades, promovida pela Junta de Freguesia de Santo António dos Olivais.Aquele responsável esclareceu que dos 14 hectares de mata ardida em 2005, apenas três foram reflorestados, mercê de um protocolo com a Águas da Serra da Estrela, que cedeu as árvores. «Iremos reflorestar a mata com o que nos dão e daqui a uns anos já estará diferente. Mas há mais a fazer, em termos de infra-estruturas, de recreio e lazer», adiantou. A par disso, as três candidaturas a programas de apoio não foram aceites e o PIDDAC de 2006 nada contemplou para a recuperação da mata. Até as verbas resultantes dos três cortes de árvores efectuados após o incêndio, que ascenderam a 30 mil euros, não foram investidas na sua reflorestação. Por isso, Manuel dos Santos exortou as entidades e forças políticas da cidade a unirem-se pela recuperação de Vale de Canas, que possui características únicas, como o facto de ter um eucalipto que é «o ser vivo mais alto da Europa». «Quando todos pensarem que a mata é de Coimbra, pode ser que sejam ouvidos. Tem que se ir em frente», desejou. A reunião de ontem realizou-se a pedido do presidente da Junta de Freguesia de Santo António dos Olivais, que se confessou farto de discursos sobre a mata. «Não se vêem resultados práticos e este espaço é demasiado importante para que façamos de conta que nada aconteceu», alertou Francisco Andrade, garantindo estar disponível para «uma guerra pela defesa de Vale de Canas». Lembrou também a ajuda que a Junta a que preside tem vindo a prestar em matéria de recursos humanos, outros dos pontos que mereceu duras críticas por parte do director do ICN. Para Vale de Canas estão destacados três operários, mas dois deles já não têm condições físicas para trabalhar, esclareceu Manuel dos Santos.
Diário de Coimbra